Como Pedro Garcia Rosado é dos meus escritores nacionais favoritos, decidi fazer-lhe uma entrevista e ao qual adorei , S(Saboreia os livros), P (Pedro Garcia Rosado)
S: Há quanto tempo escreve?
P: Comecei a escrever histórias, na sua maioria contos, quando ainda era adolescente, muito
influenciado pelo que ia lendo. Escrevi menos quando entrei para a Faculdade de Letras de
Lisboa e depois comecei logo a trabalhar num jornal, dedicando as minhas energias de escrita
ao jornalismo.
S: Onde surgiu-o a ideia de começar a escrever livros?
P: Foi depois de ter estado alguns anos a trabalhar fora dos jornais, em que não precisava de
escrever tanto. Primeiro escrevi um livro, em jeito de reportagem, sobre um caso político-
judicial (“Manual do Assassínio Político”, que saiu em 2001), e quando percebi que conseguia
escrever 200 páginas, que seria a dimensão média de um livro, pensei que poderia tentar
escrever uma história. Foi assim que nasceu “Crimes Solitários”, o meu primeiro “thriller”, que
saiu em 2004. Havia, nisto tudo, uma diferença fundamental: enquanto que no jornalismo eu
devia ser sintético, ao escrever uma história devia atender a todos os pormenores e não tentar
resumir ou sintetizar.
S: Gosta mais de ler ou escrever ?
P: Gosto de ler histórias que sejam muito boas e obras de não ficção que sejam esclarecedoras
e que estejam bem escritas e gosto de escrever. Mas ler é, apesar de tudo, uma actividade
menos exigente do que escrever histórias.
S: Quando acaba de escrever os seus livros gosta de os ler ?
P: Não. Gostando de regressar a algumas sequências que considero mais interessantes, receio
revisitar o que já escrevi porque fico a pensar que talvez pudesse escrever melhor, ou de outra
maneira.
S: Qual foi o seu primeiro livro a ser publicado ?
P: “Crimes Solitários”, em 2004, na Temas e Debates, com edição de Maria do Rosário Pedreira,
que conheci nessa altura e com quem tive uma primeira experiência de trabalho e de edição
absolutamente memorável e esclarecedora.
S: Ao total quantos livros já escreveu?
P: Dez “thrillers” (dos quais saiu agora o mais recente, “Morte nas Trevas”), a citada obra de não
ficção (“Manual do Assassínio Político”), alguns opúsculos sobre cinema e literatura (Steven
Spielberg e Stephen King) e cinco anuários com as edições de cinema em vídeo lançadas em
Portugal entre 1989 e 1993. Dezoito, portanto.
S: De todos os seus livros qual foi a personagem de que mais gostou?
P: Ulianov, o ex-KGB e ex-spetsnaz que pareceu pela primeira vez em “Ulianov e o Diabo” (2006)
e depois em “Vermelho da Cor do Sangue” (2011) e agora em “Morte nas Trevas”. E também
do coronel Vítor Gil, o herói de “A Guerra de Gil” (2008) que, infelizmente, não pode regressar
para figurar noutras histórias.
S: Já esta a escrever o próximo livro?
P: Neste momento estou a preparar o terreno para fazer alguma pesquisa, que será indispensável
para contar uma parte da vida de Ulianov na antiga União Soviética.
S: Qual é a sua fonte de inspiração para escrever os seus livros?
P: A realidade nacional.
S: Quais são os dias em que vai estar na feira dos livros deste ano?
P: No sábado, dia 7, às 19 horas, para um debate sobre a relação entre a literatura e os blogues
literários, e no dia 13, às 16 horas, para falar da literatura policial no Piquenique Literário.
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